De maneira bem humorada e incisiva o poeta romano compartilha conselhos e métodos, remédios que podem ser tomados para que o coração que esteja sofrendo encontre a cura
O palco do Cine Teatro Nelli recebe no dia 20 de dezembro, às 20 horas, a Quadrilha de Teatro Notívagos Burlescos, traz o espetáculo “Ovídio – Os remédios para o amor” onde Robert Coelho dirige Carlos Ribeiro que faz o personagem principal e oferece aos espectadores possíveis soluções para as dores que um amor pode causar.
De maneira bem humorada e incisiva o poeta romano compartilha conselhos e métodos, remédios que podem ser tomados para que o coração que esteja sofrendo encontre a cura. Os ingressos custam R$ 20, 00 e R$ 10, 00 (meia). Todos que levarem um rolo de papel higiênico pagarão meia entrada. O material arrecadado será doado para a Vila dos Meninos.
O texto
Vivemos dias onde relacionamentos humanos superficiais e instantâneos nascem e morrem através de redes sociais. Casais que celebram e proclamam a felicidade da união em suas postagens, podem no momento seguinte serem os corações partidos que manifestam suas mazelas compartilhando reflexões a respeito da desilusão. Dois mil anos atrás Ovídio já tratava em seus poemas das desventuras do amor, com bom humor e lançando um olhar crítico a sociedade romana da época.
“A Arte de amar” é uma obra de poesia didática escrita no ano 2, onde Ovídio dá conselhos amorosos aos cavalheiros e damas da sociedade romana de sua época. No livro o poeta revelava segredos de como conquistar um coração e de como mantê-lo por perto. Em sua obra seguinte, “Os remédios para o amor”, o autor procurou atenuar o efeito que a anterior ainda causava em meios conservadores e oficiais da sociedade romana, oferecendo uma paródia de seus poemas didáticos. Desta vez o poeta ensinava os homens a resistirem aos malefícios das mulheres ou a deles se curarem. Uma leitura mais atenta revela a ironia que o autor usa para mostrar que, no amor, o protagonismo compete à mulher e o homem não passa de sua vítima, a quem é preciso tudo ensinar, para sucumbir às artes mágicas de tão poderosa adversária.
O espetáculo “Ovídio – Os remédios para o amor” busca traduzir o discurso do poeta nesta obra para os dias de hoje, colocando-o como um palestrante. Ao longo do espetáculo o palestrante elenca todos os passos possíveis para que o caminho da cura seja encontrado, de maneira despojada com o auxílio de um cavalete e placas que pontuam seu discurso.
A montagem
Carlos Ribeiro, ator, diretor e iluminador, foi professor e coordenador do setor de Artes Cênicas do Conservatório de Tatuí nos últimos 25 anos. Em 2015 decidiu comemorar seus 30 anos de carreira profissional da mesma maneira que deu início: Com um monólogo. Convidou seu ex-aluno Robert Coelho para dirigi-lo na montagem e após alguns meses no trabalho de adaptação do texto, criação das cenas e alguns ensaios para convidados, a peça realizou apresentações no Teatro da Trupé em Sorocaba e no Festival de Teatro Popular de Tatuí organizado pelo grupo Atores em Conserva.
“Acredito que o que mais me toca no texto é o público para quem ele está endereçado: os que sofrem por amor. Desde a Roma antiga já se sofria por isso e já naquela época alguém refletia a respeito. É revelador ouvir as palavras do Ovídio e refletir porque se passaram dois mil anos e tudo parecer tão atual”. Claro que os remédios são contra indicados para os que estão amando ou apaixonados. Mas apenas conhecê-los é inofensivo. Até por que alguém pode buscar seu ombro amigo em busca de conselhos. Pode parecer que não, pelos caminhos que o autor propõe para a cura, mas o que ele mais preza é o amor. Todos deveriam ouvir o que Ovídio tem a dizer”, diz o diretor Robert Coelho.
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